sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Renovação da Câmara será inferior à média dos últimos 20 anos!

Renovação da Câmara será inferior à média dos últimos 20 anos

Nas eleições de outubro, cerca de 200 dos 420 deputados que concorrem à reeleição não devem garantir a vaga na Câmara dos Deputados em 2011

Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) prevê que o índice de renovação da Câmara deve continuar alto, em torno dos 40%, mas tende a ser inferior à média de 50% registrada nas últimas cinco eleições.

"As vantagens da eleição daqueles que já estão no cargo, o alto custo da campanha e a má imagem do Parlamento contribuem para que a renovação seja menor em 2010 do que a média histórica, mas ainda é um índice muito elevado em relação ao dos outros parlamentos", avalia o assessor político do Dordeiap Antonio Augusto de Queiroz.

Essa alta rotatividade, no entanto, não significa renovação política. "Quem vai ocupar essas novas vagas na Câmara não serão pessoas sem experiência no poder, mas ex-secretários, ex-ministros e ex-deputados. Dessa forma, trata-se apenas de uma circulação no poder", acredita Queiroz.

Embora a renovação quantitativa seja inferior à média, Queiroz avalia que haverá uma mudança de comportamento dos parlamentares, em razão da Lei da Ficha Limpa (LC 135/10). "Ainda que sejam as mesmas pessoas, elas terão de agir de maneira diferente em relação à transparência, à fiscalização. A Ficha Limpa teve um papel estratégico nessa mudança cultural, de modo que o próximo Congresso seguramente será melhor do que o atual", prevê.

Ambição e desistência
O número de deputados candidatos à reeleição neste ano caiu em relação a 2006. São 420 deputados que buscam a reeleição em 2010, contra 445 em 2006. Em compensação, o número de deputados candidatos a cargos majoritários no sistema político brasileiro, no Senado ou no Executivo, aumentou 66% em comparação com 2006.

O número de deputados que buscam uma vaga no Senado dobrou: 32 se candidataram ao Senado em 2010, enquanto apenas 16 pleitearam o mesmo cargo em 2006. Para o assessor do Diap, além da oferta maior de vagas no Senado em 2010, a expectativa de que a renovação entre os senadores seja maior motiva a busca dos deputados pelo Senado.

"Muitos senadores desistiram de se recandidatar, e aqueles que buscam a reeleição terão dificuldade em renovar os seus mandatos. Por isso, acredito que o índice de deputados eleitos senadores em 2010 será significativo, correspondente ao mesmo número de ex-governadores", disse Queiroz.

Também aumentou o número de deputados que desistiu de se candidatar a qualquer cargo. Foram 22 deputados em 2006 e, agora, são 32. Segundo Antônio Augusto de Queiroz, os desistentes podem ser divididos em dois grupos: a maioria são parlamentares que não teriam condições de se reeleger e, por isso, desistiram; e existe um grupo que desistiu do Congresso pela má imagem do Parlamento.

"Existem nomes com influência, como os deputados Ibsen Pinheiro, Fernando Coruja e Roberto Magalhães, que desistiram de se candidatar por conta do alto custo da campanha e porque não se sentiram estimulados a permanecer no Congresso", avaliou.


Agência Câmara

e-mail: umesmanaus@hotmail.com

Enem 2010 será única forma de seleção em pelo menos 23 universidades federais

Enem 2010 será única forma de seleção em pelo menos 23 universidades federais

Em 20 destas instituições será utilizado o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) do MEC (Ministério da Educação) – e o candidato desembolsa apenas a taxa de inscrição para o Enem, que foi de R$ 35

Nas outras três, as próprias universidades vão organizar os processos seletivos. Na UFCG (Universidade Federal de Campina Grande) o vestibulando terá que pagar inscrição em separado para concorrer às vagas. A Ufopa (Universidade Federal do Pará) e a Unilab (Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira) ainda não divulgaram se cobrarão pela inscrição.

Dentre as 59 universidades federais, 18 vão escolher apenas uma parcela de seus novos alunos por meio do Sisu, com nota do Enem – e vão manter seus vestibulares tradicionais paralelamente. A porcentagem de vagas destinadas ao Sisu varia de 10 a 60%.

Algumas das instituições, como a Ufla (Universidade Federal de Lavras), em Minas Gerais, a UFPI (Universidade Federal do Piauí) e a UFPB (Universidade Federal da Paraíba), ainda estão em fase de transição – estão terminando processos de avaliação seriada, em que os estudantes fazem provas no decorrer do ensino médio, antes de adotarem o Enem como seleção única.

Enem como parte da nota
Outras, como a UFBA (Universidade Federal da Bahia) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), usam o Enem para alguns cursos. A UFBA realiza seleção própria para os cursos tradicionais e oferta todas as vagas dos bacharelados interdisciplinares e dos cursos superiores de tecnologia pelo Sisu. Já a Unifesp utiliza a nota do Enem como primeira fase em sete cursos incluindo a concorridíssima graduação de medicina; os demais disponibilizam vagas pela seleção pelo Enem.

Há, ainda, instituições que irão substituir a primeira fase do processo seletivo pela nota do Enem. São elas: UFPA (Universidade Federal do Pará), Unir (Universidade Federal de Rondônia), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), UFU (Universidade Federal de Uberlândia), Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).

Na Ufra (Universidade Federal Rural da Amazônia), na UFV (Universidade Federal de Viçosa), na UFSJ Universidade Federal de São João Del Rei), na UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e na UFPR (Universidade Federal do Paraná) o resultado do exame será utilizado para complementar a nota final do candidato.

Somente a Unifap (Universidade Federal do Amapá), UFG (Universidade Federal do Goiás) e Unifal (Universidade Federal de Alfenas) não definiram a forma de utilização da nota do exame. Em outras quatro instituições, o Enem será usado apenas para preencher vagas remanescentes, como na UnB (Universidade de Brasília).

O primeiro levantamento do uso da nota do Enem nas universidades federais em 2011, feito pelo UOL Vestibular, foi divulgado em 8 de julho. Nesta data, algumas faculdades apenas recomendavam a inscrição no exame, mas não indicavam como usariam a nota. Foi o caso da Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto) e da Furg (Fundação Universidade Federal do Rio Grande) que aderiram integralmente ao Sisu. E, também, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que decidiu disponibilizar 60% das vagas pelo sistema unificado: 20% para cotas sociais e 40% pelo sistema universal.

O que é o Enem
O Enem é organizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Mais de 4,6 milhões de estudantes se inscreveram para participar exame esse ano. Exatamente 4.611.441 candidatos são esperados para fazer as provas nos dias 6 e 7 de novembro.

As provas terão a mesma estrutura do ano passado. Vão abranger as áreas de linguagens e códigos, ciências da natureza, matemática e ciências humanas. O exame terá quatro provas objetivas de múltipla escolha, com 45 questões cada uma, e redação. A novidade este ano serão as questões de língua estrangeira (inglês ou espanhol) na área de linguagens e códigos.

No primeiro dia do exame, um sábado, serão aplicadas as questões de ciências da natureza e ciências humanas. A prova começa às 13h e vai até as 17h30. No domingo, das 13h às 18h30, será a vez de matemática, linguagens e códigos e da redação.


Da Folha de S. Paulo

Tramitam no congresso três Projetos de Lei à favor da causa homossexual; a Associação LGBT promove campanha em apoio à aprovação

Especial Eleições 2010: Saindo do armário e opinando nas urnas

Especial Eleições 2010: Saindo do armário e opinando nas urnas

Tramitam no congresso três Projetos de Lei à favor da causa homossexual; a Associação LGBT promove campanha em apoio à aprovação

Você gosta de andar de mãos dadas na rua com o seu namorado ou namorada? Beijar, abraçar em lugares públicos? Pensa em casar e ter uma união estável? Provavelmente sim. Mas, você sabia que pessoas iguais a você, também jovens, que frequentam universidades, bares, baladas, em muitas regiões do país não podem fazer isso simplesmente porque sua orientação sexual não é a convencional na sociedade?

Atenta às eleições deste ano, a organização da Parada LGBT de São Paulo resolveu abrir os olhos da sociedade para o voto consciente e alertar sobre seus direitos. Sabendo que a mudança nas ruas só vem através de atitude diante das urnas, o tema da 14ª edição do evento, realizado em 6 de junho, em 2010 ganhou um caráter cívico: “Vote contra a homofobia. Defenda a cidadania”. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) lançou uma campanha com o mesmo slogan e promete que divulgará uma lista de concorrentes que se comprometeram ou que tenham um histórico de defesa com a causa homossexual.

“Queremos candidatos que estejam fora do armário nas defesas dos nossos direitos”, afirmou o presidente da ABGLT, Toni Reis, em entrevista para o EstudanteNet. Segundo estimativa oficial, os homossexuais representam 10% de toda a população brasileira, deixando claro que eles tem sim um peso significativo no processo eleitoral.

A entidade que agrega mais de 203 ONGs propaga a importância de escolher candidatos que respeitem a livre orientação sexual e dêem uma atenção especial para os projetos de leis ainda em tramitação. “As demandas do movimento LGBT são importantes e tem enfrentado grandes resistências com a bancada religiosa fundamentalista do Congresso. Nesse sentido, a eleição de candidatos que tenham coragem de assumir a nossa pauta é fundamental, queremos um estado laico e a diversidade religiosa”, explica Reis.

Mão na consciência
Na busca de uma sociedade igualitária, uma dúvida paira no ar. O eleitor do movimento está mais consciente sobre seus direitos e o valor do seu voto? Para o fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB) e decano do Movimento Homossexual Brasileiro, Luiz Mott, ainda existe uma alienação do eleitorado LGBT. “Nas ultimas eleições para a Câmara Municipal de Salvador, uma lésbica e um gay com excelente histórico de militância e muito conhecidos na comunidade LGBT não conseguiram eleger-se, enquanto uma transexual dançarina de um grupo de pagode, reconhecidamente incompetente para exercer mandato político, foi eleita com grande votação”, reflete Mott sobre a importância do voto não estar relacionado apenas com o fato do candidato ser homossexual.

“A grandessíssima maioria se mantém afastada do debate, engolindo tudo o que a mídia lhe vomita. O eleitor LGBT ainda não percebe que as vantagens que ele vem recebendo foram resultado de muita luta e que precisamos continuar lutando para que elas se intensifiquem e não retrocedam”, acredita o diretor da Escola Jovem LGBT, a primeira escola gay do país, e fundador do Grupo E-Jovem, Deco Ribeiro. A Escola Jovem LGBT é um projeto de expressão cultural multimídia que se divide em três áreas: Expressão Artística Expressão Cênica e Expressão Gráfica. O principal objetivo da escola é oferecer ao jovem todas as ferramentas para que ele possa se expressar, conhecer a cultura LGBT e produzir sua própria cultura.

Para ambos, a questão da conscientização democrática tem de ser trabalhada. O GGB tem realizado, há mais de 20 anos, mobilizações a favor dos direitos humanos e da cidadania da população LGBT. Embora ele seja um grupo sem filiação partidária, sempre se manifestaram, indicando aqueles candidatos que se comprometeram com as pautas da causa.

O mesmo tem feito o grupo E-Jovem, fundado em 2001 na cidade de Campinas, que publicou uma carta-compromisso com o título Por um amanhecer mais colorido que será apresentada os candidatos para que eles assumam publicamente o apoio. O documento contém solicitações do grupo para questões como os direitos de filhos de casais homossexuais, apoio a programas sobre Saúde e Prevenção de DST/AIDS nas escolas e a criação e o funcionamento de Conselhos e Planos LGBT.

A cada dia surgem mais iniciativas para melhorar o poder da escolha. Aproveitando o gancho destas eleições, onde a internet é o veículo direto com o eleitor, a revista A Capa, está exibindo em sua versão online, debates eleitorais com candidatos que apóiam o movimento LGBT. Apresentado pelo jornalista Marcelo Hailer, o programa entrevista candidatos que contam sobre suas trajetórias e apresentam suas propostas para o movimento.

LGBT na pauta eleitoral
Tramitam no Congresso três projetos de lei importantes para a causa LGBT. O primeiro, de 2006, é o PLC nº122 que torna crime a homofobia. É uma proteção para aqueles que ainda sofrem discriminação de forma impune. O segundo, de 2007, é o PLC nº072 que assegura a mudança de nome para transexuais, evitando situações constrangedoras. E o terceiro e último, de 2009, é o PLC nº4919, sobre a legalização da união estável de pessoas com o mesmo sexo, com todos os direitos e deveres de um casal heterossexual. “Com a aprovação recente da união homoafetiva na vizinha Argentina, chegou a hora de conquistar esses direitos também em outros países”, afirmou Denilson Júnior, diretor LGBT da UNE. E foi assim, visando agilizar o tramite legislativo que a Associação teve a iniciativa de criar o Projeto Aliadas para defender os direitos da classe e batalhar pela aprovação dos PLs.

O Projeto Aliadas funciona através de 27 coordenadores em cada estado do país. Eles tem o papel fundamental de implantar a ideia nas esferas Municipal e Estadual. No Congresso Nacional e no Senado, a atuação do Projeto Aliadas ampliou a adesão e a participação dos parlamentares na Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT. “Embora o ‘Aliadas’ tenha conseguido 240 membros no parlamento, os opositores possuem um acúmulo de força muito grande. A bancada conservadora tem conseguido se articular mais no Congresso Nacional”, conta Toni Reis, explicando o porquê da demora na aprovação das leis, concluindo que “por isso precisamos do voto consciente, precisamos de mais aliados lá dentro”.

Movimento estudantil mobilizado
Garantir um país sem preconceitos também é dever dos estudantes na hora de destinar o seu voto. Unir o movimento estudantil com o movimento LGBT é muito importante, segundo o diretor de LGBT da UNE, Denílson Júnior. Para ele, está em nossas mãos a oportunidade de construir uma sociedade melhor. “Precisamos dar continuidade ao avanço Federal e garantir nessas eleições uma frente parlamentar bem representada, com deputados e senadores que busquem mais justiça e igualdade, especialmente com a aprovação do PL contra a homofobia. “A UNE sempre levantou a bandeira em favor do movimento LGBT, sendo uma das organizadoras da 1ª Marcha Nacional contra Homofobia, ocorrida em 19 de maio em Brasília”, disse Denílson.

Para usar de exemplo
Lutar contra o preconceito com valores e ética. Assim foi Harvey Milk, o primeiro gay assumido a ser eleito para um cargo público nos Estados Unidos dos anos 70, o que motivou um contra-ataque desmedido da homofobia vigente na época. 'Milk - A Voz da Igualdade', filme dirigido por Gus Van Sant e protagonizado por Sean Penn, conta a história deste político que, com coragem e ousadia, conquistou direitos para toda uma população.
Confira o trailer:




Saiba mais:
ALGBT: www.abglt.org.br
GGB: www.ggb.org.br
E-Jovem e Escola Jovem LGBT: www.e-jovem.com
Revista A Capa: www.acapa.com.br



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dúvidas sobre a Pedofilia

O que é abuso sexual infanto-juvenil?

R- É o ato praticado pela pessoa que usa criança ou adolescente para satisfazer seu desejo sexual, ou seja, é qualquer jogo ou relação sexual, ou mesmo ação de natureza erótica, destinada a buscar o prazer sexual com crianças ou com adolescentes. Também pode ser qualquer forma de exploração sexual de crianças e adolescentes (incentivo à prostituição, a escravidão sexual, turismo sexual, pornografia infantil).

De que forma pode ocorrer o abuso sexual?

R – O abuso sexual pode ocorrer de diversas formas e em qualquer classe social, das seguintes maneiras:

Sem contato físico: por meio de “cantadas” obscenas, exibição dos órgãos sexuais com intenção erótica, pornografia infantil (fotos e poses pornográficas ou de sexo explícito com crianças e adolescentes);
Com contato físico: por meio de beijos, carícias nos órgãos sexuais, ato sexual (oral, anal e vaginal);
Sem emprego de violência: usando-se sedução, persuasão, mediante presentes e/ou mentiras;
Com emprego de violência: usando-se força física ou ameaças verbais;
Na forma de exploração sexual: pedir ou obrigar a criança ou o jovem a participar de atos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento (passeios, presentes,comida, etc).

Em que locais pode acontecer o abuso sexual?

R – Nos mais variados lugares, a começar pela própria casa, nos parques, nas ruas e praias, na vizinhança, nas escolas, consultórios médicos, transportes públicos e particulares, e até através do telefone ou do computador (INTERNET). Hoje em dia muitos abusadores fazem uso da Internet, por meio dos chamados sites de relacionamento (ORKUT, GAZZAG, MYSPACE, etc), MSN, salas de bate-papo (CHATS). Alguns se fazem passar por crianças e adolescentes, criam com a vítima um laço de amizade, através do qual tentam marcar um encontro. Também há abusadores que pedem que a vítima tire suas roupas e exponha o seu corpo diante de uma câmera de vídeo (Webcam) e depois passam essas imagens pela rede, fazem ameaças e chantagens contra as vítimas.

Quem são os abusadores?

R – Os abusadores, na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e do círculo de confiança das crianças e adolescentes, como por exemplo, familiares, amigos, vizinhos, colegas ou mesmo os seus responsáveis. Mas podem ser também desconhecidos, que abordam a vítima pessoalmente ou pela Internet.

Quais são os tipos de abuso familiares existentes?

R- Existem três tipos de relações familiares incestuosas: tipo intrafamiliar, tipo multiproblemático e tipo acidental.

Tipo intrafamiliar – Este é o tipo mais comum. Raramente é feito o diagnóstico, pois a família parece levar uma vida normal e tranqüila na comunidade. Entretanto, com um exame mais apurado, percebe-se que apresentam um contato limitado com o mundo extra familiar. Nessas famílias, as fronteiras entre os diversos subsistemas não são nítidas e sim difusas, com confusão de papéis sociais e psicológicos entre seus membros. Pai e mãe sofreram privações que comprometem suas capacidades de assumir seus papéis de pais. O incesto ocorre envolvendo três pessoas: o pai, a mãe e a criança. O pai comumente possui uma personalidade passiva e introvertida, apesar de , superficialmente, parecer dominador. Sente-se incapaz de exercer seu papel de pai e de marido. Geralmente inicia as relações incestuosas com a filha durante um período de estresse, solidão ou dependência, como durante perda de emprego ou conflitos conjugais. A atividade incestuosa pode não ser motivada pelo sexo, mas representar uma necessidade de afeto. O pai obtém gratificações e conforto através da relação sexual. Freqüentemente, inicia-se como uma simples carícia e, gradualmente, torna-se de natureza cada vez mais sexual. Geralmente, há uma vida sexual pobre entre o casal. A mãe geralmente possui história de abuso sexual em sua infância e provém de “broken homes” ( lares quebrados ). Ela própria sofreu, no passado, privação materna e foi recipiente de ressentimentos e hostilidades de sua própria mãe. Geralmente, é descrita como deprimida, apresentando, portanto, baixa auto-estima, passividade e isolacionismo. Na maioria das vezes assume papel de protetora do marido, mas é insensível às necessidades emocionais da filha, não conseguindo dar-lhe suporte emocional adequado. Freqüentemente tem uma vida sexual insatisfatória e possui existência atribulada, ausentando-se de casa devido ao trabalho ou atividades sociais.
As funções maternas como cozinha, limpeza e educação, além das sexuais, são passadas para a filha mais velha. A mãe parece mais filha do que mãe. Apesar de ter conhecimento do incesto, pode ignorá-lo ou até mesmo incentivá-lo, pois sua filha a está substituindo em um papel no qual se sente incapaz e que não deseja para si.

A mãe facilita a situação incestuosa, pois desse modo está reeditando a situação de sua infância: sua filha assume o papel de mãe má, que a despreza e rejeita. Deste modo, projeta na filha seus sentimentos hostis em relação à sua própria mãe e vivência a situação como ela sendo novamente a vítima das hostilidades maternas. Esta é uma tentativa neurótica de elaboração de sua própria dificuldade no relacionamento com sua própria mãe. Portanto, este mecanismo de identificação projetiva exerce um papel facilitador para a ocorrência do incesto.

Para manter a aparência de normalidade, ambos, pai e mãe, concordam consciente ou inconscientemente que a relação incestuosa é mais aceita do que uma relação extra-marital, que poderia levar a uma ruptura do casamento e da família.

A criança poucas vezes relata o incesto antes de chegar à adolescência, uma vez que está envolvida na trama familiar e é profundamente dependente desses pais, que são os únicos adultos com quem, em geral, ela pode contar. Além disso, como possui com a mãe um relacionamento insatisfatório, isso perpetua um funcionamento em nível oral, podendo levar a menina a voltar-se para o pai, numa tentativa de suprir suas necessidades de ser cuidada, alimentada e amada. Segundo Bárbara Broks, o incesto poderia estar significando esta busca de satisfação oral e isso explicaria a longa duração que, usualmente, observa-se nessas relações incestuosas. O incesto dura, em média, vários anos, com uma média de seis meses a sete ou oito anos.

Neste tipo de família, a relação incestuosa, geralmente, inicia-se com a filha mais velha. Outras filhas serão envolvidas quando deixar a casa paterna ou quando terminar a relação. Trata-se de uma relação perversa, que tem suas origens no primitivo desenvolvimento psicossexual de todas as crianças em que, na fantasia, tais relações são desejadas e permitidas.

Tipo multiproblemático – Neste tipo de família, o problema do incesto é mais facilmente identificado, pois é mais um aspecto a somar, na total desorganização familiar. É comum a associação com o alcoolismo, violência, abuso físico, delinqüência e doença mental. Há uma estrutura familiar caótica, não existindo uma relação próxima entre seus membros. A criança tanto pode ser vítima do abuso físico quanto sexual.
Tipo acidental – O pai, geralmente sob influência do álcool, comete o abuso sexual que, na maioria das vezes, não envolve coito. Esta forma de incesto pode ocorrer em famílias estáveis, nas quais existem boa relação pai-filha. Em geral, restringe-se a um episódio único, e o pai sente culpa e remorso. O ASI extrafamiliar é definido como qualquer forma de atividade sexual entre um não membro da família e uma criança. Na maioria dos casos de ASI extrafamiliar, o adulto é conhecido da criança. O adulto tem geralmente acesso a criança como visitante ( por exemplo: o amigo do pai, vizinho) ou como um “tomador de contas”(babá, professor, religioso). Existem, porém, casos de ASI extrafamiliar em que o responsável pelo abuso não é conhecido da criança. Os episódios são únicos e ocorrem com maior freqüência fora do ambiente familiar, incluindo atos sem violência física, como a pedofilia, ou até os atos violentos como o estupro. Como não há envolvimento direto da família, os pais e a criança com freqüência procuram rapidamente atendimento do profissional de saúde, contando uma história clara de abuso.

O que é pedofilia?

R- A pedofilia é um desvio da preferência sexual (fantasias, desejos e atos sexuais) em que a pessoa tem predileção pela prática de sexo com crianças ou pré-púberes.

Como agem os pedófilos?

R – Os pedófilos se infiltram na vida da criança e agem de acordo com as suas necessidades: oferecem o que a criança quer, gosta ou precisa. Assim, o pedófilo diminui a chance dela se defender do abuso e de negar seus pedidos: a criança passa a se sentir devedora da ajuda recebida. De modo geral, o pedófilo se aproxima da criança através de interesses comuns, brincadeiras ou jogos, pelos quais vai angariando a amizade, aceitação e confiança da criança. O pedófilo costuma apresentar-se como um adulto alegre, participativo e cooperativo, sempre disposto a atender o desejo ou a necessidade da pequena vítima, condições que, por vezes, passam despercebidas pelos pais. O pedófilo dá presentes (doces, brinquedos, roupas, etc.), geralmente sem motivo e às vezes muito caros; conhece filmes, artistas e programas infantis (para criar interesses em comum); oferece passeios sem a companhia dos pais; etc.

Podemos dizer que a pedofilia, pornografia e exploração de crianças e adolescentes, hoje, integram uma rede de crime organizado, pela Internet?
R – Sim. Não se consegue calcular a soma de dinheiro que elas movimentam no Brasil e exterior, podendo até estar ligadas a outros crimes, como tráfico de drogas e desvio de dinheiro. As pessoas que praticam esses atos, pela Internet, podem ser chamadas de “ladrões da inocência”, elas trocam informações, negociam imagens pornográficas infantis, trocam desejos e fantasias sexuais daqueles que são abusados, merecendo por isso atenção especial das autoridades.

Devo proibir o acesso de crianças a Internet?

R – Não! Apesar dos problemas comentados, isso não significa que a Internet seja ruim ou deva ser proibida para acesso de crianças. A Internet é um instrumento e um meio de comunicação como qualquer outro (como a televisão, o rádio, os jornais etc) e, portanto, pode ser usada para o bem e para o mal. A maior parte do conteúdo da Internet é bom, a rede é indispensável hoje em dia e saber lidar com ela é importantíssimo para a educação de crianças e adolescentes. Além disso, a Internet também tem várias páginas que ajudam no combate ao crime e especialmente o abuso sexual. Entretanto cabe aos pais e responsáveis verificar as páginas e “sites” acessados por seus filhos, para que estes não sejam vítimas de crimes cibernéticos (entre eles o abuso sexual), assim como devem vigiar por onde seus filhos andam, com quem, fazendo o que etc.

Como ficam as crianças que sofreram abuso sexual?

R – Elas se tornam retraídas, perdem a confiança no adulto, ficam aterrorizadas, deprimidas e confusas, sentem medo de serem castigadas, às vezes até sentem vontade de morrer, perdem o amor próprio, têm queda no rendimento escolar e apresentam sexualidade não correspondente à sua idade. Sintomas e comportamentos a longo prazo podem ter alguma relação com o abuso sexual sofrido na infância: distúrbios psicológicos e psicossomáticos, frigidez, vaginismo, dispaurenia, promiscuidade sexual, impotência, pedofilia e pederastia, dificuldade sexual no casamento, incesto, prostituição, homossexualidade, uso de drogas, delinqüência juvenil, baixa auto-estima, depressão, sintomas conversivos e dissociativos, automutilação e até suicídio.

Amiguinhos,

Amiguinhos,

Gostaríamos que soubessem o quanto cada um de vocês é especial e o quanto são amados por Deus e por nós da UMES.
E por essa razão, preciso alertá-los que ninguém tem o direito de roubar a infância e alegria de vocês. Contudo, existem pessoas tentando isto, o tempo todo. Mas como saber quem são essas pessoas e de qual forma elas tentam realizar esta missão dia após dia?
Estas pessoas muitas vezes são bem próximas (pais, tios, irmãos, primos, vizinhos, amigos, pessoas doentes, com uma mente perturbada). Elas se fazem de seus amigos ou mesmo seus protetores, mas na verdade só querem seduzi-los para que façam algo à eles, a fim de satisfazê-los. Causando em vocês angústia, desconforto, vergonha, culpa, entre tantos outros sentimentos que só farão com que vocês se entristeçam.
O amor é o sentimento mais lindo que Deus criou e estas pessoas destorcem suas características através de suas ações impuras, capazes de destruírem também seus sonhos. Todavia nós da UMES não queremos isto, ao contrário ansiamos que vocês se realizam como pessoas e que no momento certo se apaixonem e tenham um relacionamento sadio com a pessoa em que vocês escolherem para casar e constituir família. Por isso, muito cuidado com as pessoas pervertidas que se aproximam de vocês, lhes pedindo que tenham atitudes não apropriadas para suas idades.
Se alguém:
Disser palavras (que te façam sentir constrangido);
Tirar alguma parte da sua roupa;
Colocar sua mão em alguma parte do seu corpo ou no corpo de outra pessoa para fazer carinhos;
Te beijar, ou te pedir que o beije em qualquer lugar que seja, ou ainda que beije outra pessoa.
NÃO ACEITE!!!
Orientação: Fale com sua mãe, mas se ela já souber… e não tomar nenhuma providência diante a situação, fale com a professora da sua escola… ou ligue para gente (não precisa se identificar na denuncia)… o importante é não se permitir sofrer mais dessa forma.

Campanha UMES contra a PEDOFILIA

Aos pais

Vocês ensinaram o seu filho ou sua filha a comer, andar, falar, vestir… ensinem também a proteger e cuidar do seu corpo,conversando com eles sobre todas as partes do corpo humano: para que servem, como protegê-las, usá-las, mantê-las limpas e evitar doenças. Se você tem dúvida de como conversar sobre esse assunto, procure ajuda na nossa associação, na escola, no posto de saúde, com médicos, psicólogos, assistentes sociais ou programas sociais.
O objetivo desse site é alertar e esclarecer, de forma simples e resumida, os pais ou responsáveis sobre esse terrível problema que é o abuso sexual infantil. Infelizmente o Brasil é um dos países onde mais se pratica essa brutalidade. Acreditem, essa situação é mais real e comum do que se imagina. Não pretendemos esgotar todos os esclarecimentos necessários ao combate dessa barbaridade, forneceremos informações básicas. Mas pedimos aos pais que se interessem, leiam, estudem, troquem idéias, mas acima de tudo, AMEM, EDUQUEM e RESPEITEM a criança e o adolescente.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) a pedofilia, além de crime, é considerada uma doença (CID 10 – F65.4) o que requer de todos nós uma atenção especial também aos abusadores, pois a grande parte deles afirma que sofreram abusos durante a infância. Desta forma o nosso trabalho de atenção as vítimas torna-se fundamental e urgente, para que no futuro não tenhamos números bem maiores de casos de abuso sexual infanto-juvenil. Estatísticas mostram que há cada oito minutos, uma criança sofre abuso sexual no Brasil. Até quando vamos conviver com esta triste realidade? Faça parte deste movimento.
Campanha UMES contra a PEDOFILIA

Desde 18 de Maio de 2010 (DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E A EXPLORAÇAO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES), a UMES oficializou na cidade de Manaus/AM, através do REGULAMENTO 001/10, a campanha UMES CONTRA A PEDOFILIA. Ela é de caráter permanente e busca trabalhar em várias frentes de atuação como:
Encaminhamento à atendimento psico-social, pedagógico e jurídico as vitimas e aos seus familiares;
Encaminhamento de denuncias aos órgãos competentes (Polícia Civil, Conselho Tutelar e Ministério Público);
Divulgação continua do disque 100, através de todos os tipos de mídias de comunicação (TVs, rádios, outdoors, panfletagem, adesivagem e internet);
Através de eventos culturais e artísticos.

Todos contra a pedofilia
É o momento de todos darem a cara e encararem este problema de frente, por tanto, cidadãos, profissionais, empresários, agentes públicos, políticos, artistas, intelectuais, órgãos de imprensa, entidades civis, de classe e poderes públicos, unam-se para que possamos juntos banir este mal de nossa cidade.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Movimento LGBT é destaque no 11º ENET



O movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) também marcou presença neste primeiro dia de encontro em uma das mesas de debate do 11º Encontro Nacional de Escolas Técnicas (ENET), em Natal. Com o tema girando em torno do tema “homofobia faltou à escola”, alguns convidados falaram um pouco sobre a homofobia que, infelizmente, acontece ainda hoje no ambiente escolar.

Na mesa estiveram presentes o representante do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual, projeto dirigido pela prefeitura de São Paulo, Dário Neto e o Diretor LGBT da União Nacional dos Estudantes (UNE), Denílson Júnior. No início da atividade, a fim de deixar o clima entre os presentes mais descontraído, os palestrantes organizaram uma dinâmica de grupo para que cada um se apresentasse. Após a dinâmica, Dário iniciou seu discurso focando nas questões ligadas à homofobia, tema da última Parada do Orgulho Gay, realizada no mês de junho, em São Paulo.

Segundo ele, a homofobia no Brasil está dividida em três segmentos. O primeiro grupo denominado “prioritário”, formado por gays, lésbicas, travestis e transexuais. O segundo grupo, “secundários”, é composto por homens e mulheres que se dizem heterossexuais, que não correspondem com a masculinidade hegemônica. Por fim, Neto citou o grupo dos “demais alvos”, que sofrem com a homofobia de forma implícita, como amigos, familiares e até mesmo os próprios agressores que, ao cometerem algum ato de preconceito ou violência física contra homossexuais podem sofrer sansões que lhe renderão problemas para o resto da vida.

Bullying nas escolas: como combater?
Um assunto que ganha cada vez mais notoriedade pela sociedade nos dias de hoje é a prática do bullying, termo inglês utilizado para descrever todo e qualquer ato de violência física e psicológica praticado de forma repetida e intencional por um indivíduo.

O tema foi amplamente discutido na mesa de debates LGBT do ENET. Dário Neto apontou três características de bullying encontradas com mais freqüência nas escolas:
Ação direta se caracteriza, principalmente, por ser praticada entre homens. O agredido geralmente tem alguma fragilidade, seja ela física ou psicológica. Já o agressor tem um temperamento de liderança e consegue “aliciar” outros colegas a se voltarem contra uma determinada pessoa.

A ação indireta se dá através de comentários, intrigas e difamação feitos não necessariamente por um só agressor. O intuito dessas “táticas de isolamento” visa, sobretudo, desestimular as outras pessoas que podem vir a ter algum contato com o agredido.

“A UBES defende a inclusão da matéria sobre sexualidade na grade escolar. Essa medida, sem dúvida nenhuma, irá conscientizar e diminuir o número de casos de violência contra homossexuais”, finalizou Denílson.